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Ex-aluna da Ematra 19 e servidora do TRT/AL são aprovadas em Concurso Nacional da Magistratura do Trabalho

A advogada Tainá Angeiras Gomes dos Santos e a servidora do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT/AL) Lyvia Agra de Miranda foram aprovadas no I Concurso Público Nacional Unificado para Ingresso na Carreira da Magistratura do Trabalho. O anúncio das notas da prova oral foi transmitido ao vivo pela internet na segunda-feira (05/11).

Tainá se formou em Direito no ano de 2013 e em 2014 iniciou o curso de pós-graduação em Direito e Processo do Trabalho na Escola Superior da Magistratura do Trabalho da 19ª Região (Ematra 19). Ela fez parte da quinta turma da especialização que foi concluída em 2016. Desde 2014, atua como advogada especialmente na área trabalhista e leciona a disciplina de Direito do Trabalho em um curso online voltado para o exame da OAB. Ela recorda os momentos de ansiedade enquanto aguardava o anúncio de sua nota da prova oral.

“Meu noivo que sempre verificou meus gabaritos e notas desde a prova objetiva. Não foi diferente no resultado da prova oral. Eu ficava por perto, mas fora do quarto. A demora para chegar no meu nome me deixava mais aflita. Acredito que esperei cerca de duas horas, mas parecia uma eternidade. Até que, finalmente, saiu o resultado. Ele gritou e me abraçou e eu vi que tinha vencido mais uma etapa”, disse.

Ela conta que decidiu estudar para a magistratura trabalhista em 2014 na mesma época em que iniciaram as aulas da especialização da Ematra 19. Segundo Tainá, o curso foi um divisor de águas em sua preparação. “A especialização foi enriquecedora. Os professores extremamente competentes transmitiam o conteúdo com aprofundamento e levavam os alunos a ter uma visão mais crítica acerca de diversos temas da área. O conhecimento de um aluno recém-formado ou dos que buscam atualização e que ingressam na Ematra muda completamente ao finalizar o curso. É uma especialização de nome e de fato”, destacou.

Já a assistente de juiz do TRT/AL Lyvia Miranda começou a se preparar para o concurso em janeiro de 2017. Ela integra o quadro de servidores do Judiciário Trabalhista desde 2012 quando tomou posse do cargo de analista judiciária no TRT de Pernambuco. Em 2013, conseguiu remoção para o Regional alagoano.

De lá pra cá, a servidora atuou nas Varas do Trabalho de Penedo, na 9ª e na 6ª VT de Maceió e na Coordenadoria de Apoio às Execuções. Segundo ela, trabalhando na unidade do interior, tinha um contato muito próximo com os jurisdicionados e, ao se mudar para a capital, atuando na elaboração de despachos e minutas de sentença, começou a surgir o interesse pela magistratura. “Tive a oportunidade de sentir o diferencial que um serviço público de qualidade pode proporcionar na vida dos mais necessitados. Fui realmente tocada pelo sentimento de justiça social inerente à composição de conflitos de índole trabalhista, ficando evidenciada, para mim, a grande importância da Justiça do Trabalho na defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores hipossuficientes”, afirmou.

Ambas revelam o alívio após a conquista e os momentos de tensão. Segundo Tainá, o nervosismo e as mãos trêmulas no dia da prova oral se transformaram em alegria inexplicável logo após a finalização da sabatina. “Finalizei mais feliz do que entrei, mesmo sabendo de todos os meus erros durante a arguição. Era uma grande oportunidade participar de tudo aquilo. Deus já estava sendo maravilhoso demais comigo. No final, fui abraçada por vários colegas que assistiram a minha prova e com um grande sorriso do meu anjo-noivo. Não havia mais o que fazer. Só esperar”, disse.

Lyvia se diz grata pelo apoio dos familiares e amigos. “Se não fosse a fé de que tudo acabaria bem e o apoio incondicional de toda a minha família, principalmente dos meus pais, e dos meus preciosos amigos, não teria conseguido vencer todas essas etapas. Mas deu certo. Muito em breve, se Deus quiser, estarei tomando posse como Juíza do Trabalho. Não tenho dúvidas de que a responsabilidade é enorme, mas também sei que com dedicação, vontade e humildade, poderei contribuir ainda mais com a Casa que me acolheu de braços abertos”, contou.

O CONCURSO – O certame, organizado pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), ocorre em cinco etapas. Na primeira, realizada em outubro de 2017, os candidatos responderam prova objetiva com 100 questões. Na segunda etapa, houve duas provas escritas: uma com questões discursivas e outra com questões práticas para a resolução de sentenças trabalhistas. Na etapa três, os candidatos foram submetidos a exames de sanidade física e mental e à sindicância de vida pregressa e investigação social.

A quarta etapa, uma das mais temidas, foi a prova oral – com a sabatina realizada por ministros e advogados. Esta etapa aconteceu em setembro deste ano no Tribunal Superior do Trabalho em Brasília. O resultado da quinta e última etapa, a de avaliação dos títulos – de caráter apenas classificatório –, será divulgado no dia 20/11 e a previsão é de que os 229 candidatos aprovados comecem a ser nomeados em janeiro de 2019.